Os Estágios da Aprendizagem
A abordagem que utilizo para definir a aprendizagem é baseada na Programação Neurolinguística – PNL, a qual define muito bem este processo através da necessidade que o indivíduo tem de Aprender a Desaprender para Reaprender. Este processo é fundamental para um resultado não somente de aprendizagem mais também de transformação do comportamento consciente de ação.
Segundo a PNL o ser humano age de forma consciente quando está focado nas ações presentes, como falar, escrever, trabalhar. Mas mesmo nestes momentos a parte mais aguçada do seu cérebro atua de forma inconsciente permitindo que sua ação seja mais eficiente quanto mais competente tenha sido seu aprendizado, pois todas nossas realizações são fruto de um acúmulo de experiências anteriores ou ensinamentos absorvidos ao longo da vida.
Segundo O´Connor¹, “vivemos em uma cultura que acredita que a maioria de nossos atos são conscientes. Entretanto a maior parte de nossas ações – o que fazemos de melhor, aliás – são produzidas de maneira inconsciente.” Isto se dá pelo fato de que a aprendizagem pressupõe a criação de hábitos para que possamos agir com mais rapidez sem julgamentos de valores, ou seja, não ficamos pensando se é certo ou errado simplesmente fazemos porque foi assim que aprendemos.
O fato de criar hábitos e agir conforme modelos ou conceitos estabelecidos podem ser muito úteis em ações de rotina, dirigir, acordar, trabalhar, são exemplos nos quais agimos de forma consciente, porém influenciados por um aprendizado inconsciente. Em todas estas ações não ficamos questionando como ligar ou agir no transito, agimos sempre da mesma forma, o acordar e realizarmos nosso trabalho rotineiro da mesma maneira, por isso temos sempre o mesmo resultado.
O problema surge quando há uma alteração dessa rotina e nosso inconsciente não processa esta alteração, nos mantemos na zona de conforto e, portanto podemos errar com mais facilidade, por exemplo mudança de itinerário pode provocar atraso quando sem perceber estamos seguindo o caminho de costume, uma mudança de residência temporária pode deixar a sensação de “onde coloquei?” “Cadê meu relógio?” Assim como mudanças na rotina ou processos de trabalho levam a quedas de rendimento e falhas.
A explicação não é nova mais ainda funciona, segundo os estudos mais tradicionais a cerca do processo de aprendizagem o mesmo ocorre em quatro estágios:
ü Incompetência Inconsciente;
ü Incompetência Consciente;
ü Competência Consciente;
ü Competência Inconsciente.
Que pode ser entendida através do quadro a seguir:
Incompetência Inconsciente
“Não saber fazer algo e não saber que não sabe”
Algo que nunca fizemos e não temos a noção do que é preciso saber, exemplo: pilotar helicóptero.
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Incompetência Consciente
“Sabemos sobre algo, e sabemos que não sabemos.”
Adquirimos certo conhecimento, porém não o suficiente para que possamos sentir segurança em realizar. Exemplo: Aulas de pilotagem.
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Competência consciente
“Sabemos fazer algo e saber que sabemos”
Somos capazes de fazer, porém precisamos aprimorar a técnica. Exemplo: Vôos com instrutor e vôos solos monitorados.
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Competência Inconsciente
“Saber fazer algo e simplesmente fazer”
Fazemos de forma natural a partir de um hábito, agir de forma harmoniosa.
Exemplo: Pilotar e admirar a paisagem a volta sem preocupação.Ser um piloto credenciado.
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O objetivo quando trabalhamos o Coaching dentro de uma equipe ou de uma empresa é fazer com que a competência consciente se transforma em uma competência inconsciente, de forma que a percepção da capacidade que temos de transformar e responder às mudanças é nosso maior diferencial possível.
Esta resposta permite que se criem novas realidades ou mesmo que a adaptação seja mais rápida e eficiente, causando menor prejuízo e desconforto, todos são dotados de conhecimentos para responder as evoluções, mas os hábitos criados podem agir de forma contrária às mudanças pela simples questão do desconhecido. É preciso apenas resgatar a curiosidade e capacidade de aprendizagem inerente ao ser humano, voltar a ser a criança livre de préconceitos e abertos ao aprendizado.
Portanto o processo de Coaching dentro das empresas ou para profissionais que desejam melhorar seu rendimento é baseado nas premissas de Aprender a Desaprender para Aprender. Ter consciência da necessidade de mudança, criar condições para mudar, promover as mudanças e a partir deste ponto criar novos hábitos em consonância com a realidade e resultados desejados.
O desafio está no fato de que as mudanças estão acontecendo cada vez mais rápidas e mais constantes, portanto o desafio é ser capaz de perceber e agir antes que estas se tornem desconfortáveis ou mesmo insustentáveis. O Coach age como sinalizador de caminhos possíveis para construir um presente sustável e um futuro realizável.
¹Joseph O´Connor - Introdução à Programação Neurolinguística.
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